sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Completamente Nua

De repente você se pega assim, sozinha, despida de todos ao seu redor, fora e dentro de você!
É tão engraçada a sensação de isolamento que nos faz lamber levemente os lábios pra tentar sentir o gosto de alguma coisa que não seja o vazio. Você se perde às vezes, é fato, mas também se encontra... como numa melodia onde todos os instrumentos dão vida a uma voz quase morta, calada, silenciosa!
Daí você pensa no que ficou pra trás, no que pode vir ou não pela frente e tenta ficar meio que de ponta de pé, querendo alcançar o futuro, tentando se desvencilhar do passado, sentindo o sabor da certeza do que você quer no presente.
É meio louco, eu sei, mas mesmo assim é bom estar se sentindo desse jeititinho, e estou falando isso de dentro e de fora de mim.
Como diz a música de Vanessa da Mata “Preciso ser mais forte para não voltar atrás, aliviando o desespero, para adiar o sofrimento, cresça e deixe em paz...” eu sei que essa música finaliza dizendo “Amanhã serei bem mais feliz”, quem pode ter essa certeza? Quem pode afirmar que meu máximo de felicidade não é agora?!
Tudo bem, eu sei que a expectativa de uma vida nova, cidade nova, trabalhos novos, pode mascarar um certo sentimento chamado tristeza, mas não é o meu caso. Nada mascara esse sentimento em mim, todos que convivem comigo já devem ter percebido o quanto vivo de melancolia pra fazer meu trabalho melhor, até pra seguir vivendo melhor com meu personagem “Eu mesma, Loirinho” (segundo minha amiga Teta, sou um personagem do Miguel Falabela e de acordo como o meu amigo Kuru, eu sou como uma peça de Sheaspeare e as pinturas de Rembrant, eu vou da tragédia à comedia e das sombras à luz), mas o pior é que sou mesmo assim, um personagem interpretando o que de FATO sou eu.
Se sou o que todos esperam não sei, mas sei que sou exatamente o que mostro ser!
Existem cantinhos em mim cheios de paixões, sonhos, projetos, ansiedade, carências, vontades, mimos, ciúmes, crenças, desejos... Desejos... Muitos desejos!
Os meus olhos vêem agora, a lua quase encostando, nos braços do Cristo Redentor, o meu coração vê agora a minha chegada! Minha chegada na terrinha onde o calor humano é imenso, na terra que vou precisar deixar pra trás pra correr pra um lugar que vou tentar me encaixar.
Minha saudade de Pernambuco é muito sólida, assim como os amigos que lá estão.
Fiquei maior tempo sem escrever aqui, mas não foi por falta de sentimentos pra colocar nas palavras, mas por medo de não saber traduzi-las. Pela primeira vez fiquei com receio de não dizer exatamente o que estou sentindo, porque sou sempre muito verdadeira naquilo que digo e naquilo que vivo!
Fui muito bem recebida aqui no Rio, meu trabalho bastante elogiado, era exatamente isso que eu queria e o que eu sonhava, mas não imaginava ainda quanta falta ia me fazer alguns costumes. Você fica desolado às vezes e pensa e pensa e pensa... Dá pra voltar atrás? Não! No meu caso não dá! Essa é minha cartada em relação a minha profissão, preciso expandir meu trabalho, pensar no quanto vai ser importante levar alegria pra um público ainda maior!
Mas sem falar mais na minha vinda definitiva para o Rio! Sem passagem de volta............
Foi muito bom ter vindo, ter ido visitar minha irmã Janina, ter me reencontrado na saudade, nas fotos antigas que vi...
Eu realmente me achei, pra me perder novamente quando cantar pra você!

Um comentário:

Anônimo disse...

JAI VOCÊ É MUITO ESPECIAL 1 VEZ FALEI AQUI , E VOU REPETIR, QUANDO ACHO QUE JA CONHEÇO A JAINA ELNE . VOCÊ CONTINUA A ME SURPREENDER. NUNCA CONHECI ALGUEM. COM TANTA EMOÇAO. TANTO AMOR, TANTOS DESEJOS A FLOR DA PELE. ESSE É SEU DIFERENCIAL, QUE NÃO TEM COMO PASSAR DESPERCEBIDO. OBRIGADA POR FAZER PARTE DE MIM. BJSSSSS.